Particularidades
dos Nós
As cordas
não funcionam sem os nós. Mas ao contrario do que muitos pensam, não é
necessário que se conheça dúzias de nós. Precisa sim conhecer muito bem alguns
poucos que são essenciais e poderão ser utilizados no dia a dia do Bombeiro
Civil.
Que são
Nós?
São voltas
aplicadas em cordas com o intuito de formar laços para aplicações diversas. Sempre devem ser bem executadas para que o nós atinja sua capacidade e eficiência.
TIPO DE NÓ /
RESISTÊNCIA
Sem nó
---------------------- 100%
Oito
----------------------- 75~80%
Lais de Guia
-------------- 70~75%
Pescador
Duplo ---------- 65~70%
Volta de
Fiel -------------- 60~65%
Nó de Fita
---------------- 55~65%
Sabemos, pela geometria elementar
que, numa curva, definindo-se uma seção de angulação, o comprimento da
circunferência interna é mais curta do que a externa. Assim, no caso de tração,
as fibras externas da curva do nó serão submetidas mais do que as internas. Em
média pode-se dizer que um nó enfraquece a resistência original da corda em 20
a 30%.
É importante que o usuário saiba o nó adequado para cada caso, não apenas levando em consideração a tensão diferencial, mas também a versatilidade, a facilidade em desmanche e a eficiência. Todo nó deve ser checado e ajeitado, alinhando a corda e evitando pontos de encavalamentos. Eles devem ser também apertados antes de serem usados.
É importante que o usuário saiba o nó adequado para cada caso, não apenas levando em consideração a tensão diferencial, mas também a versatilidade, a facilidade em desmanche e a eficiência. Todo nó deve ser checado e ajeitado, alinhando a corda e evitando pontos de encavalamentos. Eles devem ser também apertados antes de serem usados.
Tipos de nós:
NÓ EM OITO: nó normalmente utilizado para o fechamento de
cadeirinha (encordoamento), também pode ser empregado para fixação de corda (
ancoragem ), loop no meio da corda, etc. Em muitos campeonatos de escalada
esportiva o nó em oito é obrigatório para o encordoamento.
Ainda que seja um nó que tende a
apertar quando submetido à tração, é considerado um nó seguro devido a
estabilidade. É muito difícil esse nó desfazer-se por si só. O nó pode ser
feito diretamente na barriga da corda (normalmente na proximidade de uma das
pontas, mas não é regra) para formar uma alça para içagem, ancoragem ou
fixação.
Para o encordamento deve-se fazer
um nó na ponta simples da corda, passar o chicote da ponta pelo(s) ponto(s) de
encordoamento da cadeirinha, e percorrer o caminho reverso com a ponta do
chicote até finalizar o nó. Esse nó apresenta como vantagem a confiabilidade e
a versatilidade. O nó é muito estável e a resistência não altera consideravelmente
com o fato da ponta com carga contornar o nó por fora ou por dentro da curva.
As desvantagens está no fato de ser um nó de difícil desmanche após submetido à
carga e ocupar muita corda (é um nó volumoso). O nó em oito requer quase o
dobro da corda para fechar o lais de guia. Isso faz com que, em muitos
trabalhos de resgate, dependendo da situação, acabe consumindo muita corda e
formando bolos volumosos nos pontos de convergência de nós como no ponto
central equalizado de ancoragem.
Uma importante regra para se
lembrar nos trabalhos táticos: a alça da corda deve ser o menor possível para
qualquer tipo de conexão. Entenda-se que o termo “menor possível”refere-se aos
aspectos operacionais. Esse procedimento é importante para economizar a corda,
pois as alças consomem o dobro de metragem do material.
NÓ EM NOVE: É a variação do nó em oito tradicional com meia volta a
mais. Esse nó deve ser empregado basicamente da mesma forma que o nó em oito
para cordas com diâmetro inferior a 9mm. A vantagem desse nó está no fato de
ser mais fácil na hora do desmanche e ser um pouco mais forte em relação à
tração. A desvantagem está no fato de consumir ainda mais corda do que o nó em
oito.
LAIS DE GUIA: Este é o nó clássico dos escaladores. O seu uso para
encordoamento não é tão popular hoje como já foi no passado. É um nó versátil
fácil de fazer e desfazer. Também suporta bastante tensão mas tende a se afrouxar
(e até se desfazer) sozinho, principalmente quando situações de tensão e alívio
de carga repetem-se sucessivas vezes. O lais de guia deve ser fechado com a ponta
livre dentro da alça. O fechamento com a ponta livre para fora não altera a
resistência, mas a tendência do nó desfazer sozinho é muito maior. Existe uma
série de variação nesse nó, quase que todos visando atenuar o problema de afrouxamento.
Para evitar seu afrouxamento faça um arremate de nó, um cote na posta solta do
nó, dessa forma você terá mais resistência desse nós e menos afrouxamento.
NÓ PESCADOR DUPLO: Nó para emendar duas cordas de diâmetros
semelhantes. Muito utilizado para rapel de corda cheia e fechamento de
solteiras de cordeletes. Esse nó tende a apertar bastante quando carregado
dificultando o desmanche. No caso de cordeletes isso não chega a ser problema
uma vez que é comum não termos a necessidade de desfazer o nó, mas no caso de
emendar duas cordas deve-se tomar cuidado. É um nó muito compacto e simétrico,
o que facilita a checagem visual.
NÓ PESCADOR TRIPLO: É uma versão com uma volta a mais do pescador
duplo. A grande vantagem está no fato desse nó suportar cargas muito elevadas.
Nos testes mostrou-se quase tão forte quanto um corda sem nó, mas consome
bastante corda. O desmanche pode se tornar impossível, se uma vez tracionado,
mas é o único nó aceitável para o fechamento de cordeletes de spectra.
VOLTA DO FIEL: Ou popular nó de porco, é utilizado para a
auto-fixação com a própria corda. A volta do fiel é um nó simétrico e estático,
isto é, não importa que ponta seja carregada, uma vez fechada, mesmo que a
outra ponta esteja totalmente livre, não se solta por si só. Outra
característica desse nó é a facilidade de ajuste e de desmanche. O procedimento
de auto-fixação pode ser substituído por uso de uma fita auto-seguro. Esse nó é
também utilizado na ponta da corda para ancoragem em árvores e postes, assim
como para trabalhos em altura especialmente para amarrar galhos de árvores que
serão cortados. Nesse segundo caso deve-se avaliar a direção do esforço para
não correr o risco de posiciona -lo no sentido que a carga afrouxe o nó.
NÓ DINÂMICO UIAA: Nó utilizado para se dar segurança para o
companheiro. Desde que seja empregado por uma pessoa devidamente treinada
funciona muito bem para segurança de participante, mas o atrito é baixo e
exige-se muita atenção. Apesar de ser no Brasil batizado com esse nome, não
possui nenhuma aprovação pelo referido orgão (UIAA). A desvantagem desse nó é a
torção que ele causa na corda. Já houve, num passado recente, comentários de
que com o emprego desse nó poderia-se criar sistema de segurança ideal para
trabalhos em resgate. No entanto, os testes foram desastrosos sendo que os
corpos de testes, em muitos casos, despencaram até o chão. O nó UIAA não deve
ser empregado para rapel.
BORBOLETA: É o nó utilizado para se criar uma alça no meio da corda
para o encordoamento com o emprego de mosquetão de trava. Também é muito bom
para ancoragem no meio da corda, pois o nó é simétrico, o que facilita a
checagem visual, e suporta carga multidirecional. E tem fundamental eficiência para
eliminação de ruptura de corda, é muito utilizado por alpinistas.
Os cordeletes macios tendem a apertar forte sobre a corda principal e dificulta a operação de soltura. Os cordeletes duros apresentam dificuldades em atingir o ponto de aperto crítico e podem escorregar. Para otimizar a eficiência em situações que necessitam de ajustes constantes é importante que se encontre cordeletes com maciez adequada.
A versão de duas voltas é o padrão geral para uso pessoal e funcionam muito bem quando corda e cordelete possuem diferentes tipos de construção estrutural. A versão de três voltas é empregada quando poder bloqueante superior é desejável como nas operações táticas e de resgate.
MARCHAND: Outro nó bloqueante que pode tanto ser feito com cordim
ou com fita de nylon tipo solteira. Assim como prussik é utilizado para
travamento e subida pela corda. Deve-se tomar cuidado pois o ajuste é mais
complexo do que o prussik e apresenta uma certa facilidade em correr. Não se
deve executar o nó marchand com fitas spectra, pois a superfície do material é
muito lisa e o nó pode correr mesmo que esteja devidamente apertada.
"Aula básica de nós, saber o básico é fundamental. Após ter pleno conhecimento em resistência e confecção desses nós aí sim passe a estudar e conhecer outros nós"
4 Comments
Parabéns Um Ótimo Conteúdo Para Estudar e passar Conhecimentos
ResponderExcluirObrigado amigo!
ResponderExcluirSeja sempre bem vindo.
Boa tarde! Gostaria de saber se o nó Borboleta, o nó Oito e nove podem ser usados para as mesmas funções por favor. Por exemplo, o Borboleta é utilizado no meio da corda, posso usar o oito e o nove nessas mesmas condições, como um substituto do Borboleta? Desde já agradeço e aguardo retorno.
ResponderExcluirOi amigo, um milhão de desculpas pela demora ao responder.
ExcluirCada um desses nós tem em si basicamente a mesma função, servem para ancoragem então você pode fazer a substituição.
A confecção desses nós são bem parecidas e a resistência de cada um também.
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