Se não há outra opção de horário, o jeito é saber segredos para que falta de sono não prejudique a saúde

Seja por hábito ou por exigência da profissão, muitas pessoas literalmente trocam o dia pela noite. O que muitas delas não sabem é que isso pode resultar em problemas de saúde que vão desde cansaço físico, passando por complicações no estômago, até transtornos graves de humor.

“O ato de dormir está relacionado com o período escuro. Trocar a ordem dia/noite pode trazer distúrbios físicos, mentais e sociais”, alerta Marcelo Jorge de Souza Andrade, especialista em medicina do sono.


O médico explica que o organismo realiza uma espécie de ritual para se preparar para o sono. Enquanto a temperatura corporal e a frequência dos batimentos cardíacos diminuem, há um aumento na produção de melatonina – hormônio que provoca a sensação de sonolência. Como a luz do dia interfere  nestes processos, o profissional que atua à noite pode ter dificuldades para descansar quando completa seu turno de trabalho.

“Ao incidir sobre a retina, a luz do dia leva estímulos nervosos à glândula pineal, inibindo a produção de melatonina. Ao sair do trabalho pela manhã, as pessoas, muitas vezes, tomam sol durante o trajeto de volta para casa. Por conta disso, elas não conseguem dormir direito no restante do dia”, diz o especialista.
O neurologista Rogério Ayres de Oliveira também faz um alerta: “Dentre os problemas que essa privação do sono pode causar estão a fadiga, a perda de concentração e a predisposição para transtornos de humor, como ansiedade e depressão”.

O fato de a pessoa  “funcionar” em um ritmo diferente dos demais pode fazer com que ela perca o contato com amigos e família – o que aumenta os riscos de depressão. Além disso, segundo Marcelo, o trabalhador que atua na madrugada tem  mais chance de se divorciar.
boa alimentação/Gastrite, doença do refluxo e úlcera são outras complicações que frequentemente acometem esse tipo de profissional. Isso acontece porque os horários das refeições ficam desregulados e ele passa a consumir alimentos pouco nutritivos.

“Eu tive um princípio de gastrite, pois comia muita besteira. Só fui melhorar quando me mudaram para o período da manhã”, conta a jornalista Patrícia Vergara, que trabalhou por três meses no turno da madrugada (da 0h às 7h).

Fonte:Diário de São Paulo