O dia a dia barulhento das cidades, somado a hábitos ruins como ouvir música alta com fones de ouvido e, de quebra, ainda ter uma atividade profissional onde se convive com ruídos em excesso são fatores que podem levar o indivíduo à perda de audição, ao longo dos anos. Normalmente não se percebe o quanto a exposição a esses ruídos diários pode ser prejudicial à saúde auditiva, mas a verdade é que os sons muito altos podem lesar as pequenas células ciliadas do ouvido interno.

A perda auditiva gera muitos impactos. Além da difícil comunicação com os familiares e um possível isolamento dos amigos, é preciso considerar o aspecto econômico. A surdez pode trazer dificuldades na hora de encontrar emprego.

Atividades desenvolvidas no próprio ambiente de trabalho são, muitas vezes, as maiores causas de perda de audição. Operadores de britadeira, trabalhadores de gráfica, DJs, músicos, operadores de áudio em gravadoras e emissoras de rádio, operários de fábrica sem a devida proteção, funcionários que atuam nas pistas de aeroportos, entre muitos outros, estão expostos a ruídos intensos. Prevenir a perda auditiva, porém, é possível com o uso do protetor auricular que, em muitos casos, acaba sendo um acessório inseparável. 

Os jovens que costumam ouvir música com fones de ouvido devem tomar ainda mais cuidado, porque nesses casos o som alto atinge diretamente os ouvidos e a tendência é de perda de audição a médio e longo prazos, dependendo do volume em que escutam a música e o tempo de exposição ao barulho. Com isso, na hora de procurarem emprego, devem estar atentos para possíveis problemas de perda de audição.

“Nós não imaginamos, mas em um ambiente normal de trabalho, como um escritório, o som pode chegar a até 70, 80 dB“, diz Marcella Vidal, fonoaudióloga da Telex Soluções Auditivas. A exposição continuada a sons acima de 85 decibéis pode levar à perda auditiva definitiva, com o passar do tempo. Tanto que, para algumas atividades profissionais, a legislação determina a utilização de EPI (Equipamento de Proteção Individual).  
 
Por causa do barulho intenso do trânsito, pessoas que trabalham na rua também correm o risco de sofrer uma perda auditiva induzida por ruído. São policiais, ambulantes, motoristas de ônibus, motociclistas, motoboys e guardas de trânsito, entre outros.

Dentro de um ambiente de trabalho, a preocupação também deve ser grande. Trabalhadores de indústrias, por exemplo, têm que ser submetidos a exames de audiometria de seis em seis meses e, quando constatada alguma lesão, devem se afastar daquela função. Já os músicos que trabalham com shows apresentam danos na audição com certa frequência, já que o sistema de som costuma ter mais de 130 decibéis.

“São comuns os casos de pessoas que desencadearam uma perda auditiva por exposição ao ruído intenso. Recebemos também em nossas lojas pessoas que trabalham com música, que já possuem perda auditiva, e também aquelas que procuram alguma solução para prevenir um possível dano“. Explica a fonoaudióloga.

Marcella Vidal e demais Fonoaudiólogos recomendam o uso frequente de protetores auriculares, que reduzem o volume excessivo, propiciando uma audição mais confortável do som ambiente.

No Brasil, a legislação exige que o trabalhador seja submetido a exames admissionais, clínicos e complementares, conforme a exposição de ruído existente no posto de trabalho. O resultado é a existência de um contingente de trabalhadores com perdas auditivas, dos mais diversos graus.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os ruídos são a terceira principal causa de poluição mundial. A entidade registrou um aumento de 15% de surdez entre a população do planeta.

FONTE: Telex Soluções Auditivas





Tome alguns cuidados:

Usar do EPI adequado e sempre que houver exposição ao ruído, conforme diretrizes do PPRA;
Evitar exposição extra ocupacional ao ruído;
Evitar utilizar fones de ouvidos constantemente, e quando utilizar ouvir em volume baixo;
Cuidar das doenças que agravam a perda auditiva;
Repousar a audição por 12 horas, antes de realizar o exame de audiometria;
Higienizar o ouvido com a toalha após o banho, a haste de algodão somente para limpeza da parte externa da orelha.
Consultar o Médico Otorrinolaringologista em casos de infecções.