DICAS PARA TÉCNICOS EM SEGURANÇA RECEM FORMADOS


Exercendo a Profissão TST

E m todas as profissões quando chega a hora de estrear no primeiro emprego a história é a mesma: “estudei, me formei, mas, estou inseguro para atuar”. Nisso tudo sempre há uma boa dose de excesso de auto–cobrança.
Ora, se fiz um bom curso e um bom estágio é lógico que até terei problemas, mas, só até me adequar à realidade da empresa, nessa situação o mais importante é fazer uma coisa de cada vez e não querer abraçar o mundo com as pernas.
É importante lembrar que o profissional em Segurança do Trabalho tem que se apoiar nas normas e leis e, fazendo assim, sempre terá mais chances de acertos.
O profissional que “acha” alguma coisa na área de Segurança do Trabalho está redondamente enganado e mais próximo do insucesso!
Nossa atuação profissional é cercada por legislação e devemos nos apoiar nessas leis fazendo com que as empresas e empregados as cumpram, assim, diminuiremos as chances de erros.

Conheça a sua empresa: Ande em todos os setores da empresa, conheça os superiores de cada setor. Faça amizade com todos os trabalhadores que puder. Técnico em Segurança do Trabalho tem que saber se relacionar para poder contar com opiniões e conselhos de todos.

Grau de Risco: É importante conhecer o Grau de Risco principal e os secundários da empresa, isso ajuda na hora de tomar decisões.

Funcionários: Descubra se todos atuam internamente ou se também tem externos. Em caso de externos é provável que o risco da profissão deles seja diferente dos internos, se tiver não se esqueça de colocar isso no PPRA.

Faça-se conhecer: É importante que todos saibam quem é o novo TST da empresa, para isso até e-mails e comunicados internos na empresa servem.

CIPA: Procure contato imediato com os cipeiros se a empresa tiver. A CIPA é um aliado muito importante em favor do sucesso da gestão de segurança do trabalho na empresa. Por isso, procure conversar muito com eles e avalie cada proposta ou sugestão que fizerem.

Muita gente reclama que a CIPA não faz nada, mas são poucos os Técnicos de Segurança do Trabalho que dão valor e ouvido para suas CIPAs. Lembrese: sua CIPA só vai funcionar se você a valorizar, os cipeiros querem ao menos serem ouvidos. Ouça-os então e dê confiança. Depois colherá os frutos!

Documentação: Procure saber se os programas da empresa estão em dia: PPRA, PCMSO, etc. No geral o PPRA merece atenção especial, pois no caso de fiscalização normalmente é o primeiro documento solicitado. Veja se o PPRA atual da empresa atende a realidade atual da mesma. Veja também se o cronograma de ações está sendo cumprido, se não estiver coloque isso como prioridade. Um cronograma de ações que não é cumprido é como se nem tivesse um PPRA.

EPIs: Verifique se os EPIs da empresa atendem as normas e a realidade do risco da empresa e se estão em ordem.

Chão de fábrica: Ande muito, fale com todos que conseguir, e, principalmente, nos primeiros dias, escute muito e fale pouco. Jamais seja arrogante, não se ache o “sabe tudo”. Respeite a hierarquia da empresa. Seja humilde sem deixar que te façam de cavalo. O equilíbrio é a chave do sucesso, principalmente, nos primeiros dias.

Flexibilidade: Seja flexível sem perder o foco prevencionista, encare os problemas e não se faça de vítima. O que for de sua alçada dê o seu sangue, mas resolva!                                                                                                                                                                                                                         

                                                                                                                                                                                                                             
Esqueça o seu anterior: Não culpe ninguém pelos problemas que encontrar na empresa. Lembre-se de que se não houvesse problemas não precisariam de você. Somos contratados exatamente para isso, “encontrar soluções para os problemas”. É como diz um amigo, não seja um estorvo!

Seja verdadeiro: Se perguntarem algo que você não saiba, peça um tempo para pesquisar e responda assim que tiver certeza, e de preferência, sempre responda com embasamento legal sobre o assunto.

Não seja o Motoboy da empresa: Você tem uma carga horária definida por lei para cumprir, veja na NR 4 no item 4.8. Veja sobre o desvio de função na NR 4, item 4.19. Explique isso aos seus gerentes, caso necessário, e faça cumprir a lei!

Sindicato da categoria: Procure estar sempre em sintonia com seu sindicato (Sindicato dos Técnicos de Segurança do Trabalho) no seu estado, compareça à sede da categoria, fale com diretores e responsáveis diretos, tirem dúvidas, pois, com certeza, eles poderão lhe ajudar com orientações técnicas e precisas.

Documente suas ações: Se tem uma coisa que estou aprendendo “a duras penas” é o valor dos e-mails na organização do meu trabalho na empresa.
Tudo o que for fazer de importante, documente. Por exemplo, “Fulano liberou a compra de tal equipamento, mas só fez isso verbalmente”, “você combinou o preço da compra de um equipamento, só verbalmente”, não faça isso! Solicite e-mails para que, posteriormente, caso seja necessário, tenha como provar que tinha autorização para fazer, ou que tinha autorização para comprar, etc.

Estude sempre: Não tenha preguiça de estud 246 - sistespar, seja interessado por assuntos da profissão. Seminários, palestras, SIPATs, sites, comunidades virtuais, tudo isso vale para o aprendizado. Quem não busca conhecimento não se aperfeiçoa, e fica sendo apenas mais um no mercado de trabalho. Quando for pesquisar na internet procure as referências das leis e as confira, quanto mais entender de leis melhor será para você e sua empresa.

O sucesso espera por nós, e depende de nós!

autor Nestor Waldhelm Neto - TST
fonte: "primeiro passo 246 - Sintesp."