De acordo com a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) cerca de 30 mil toneladas de medicamentos são jogadas fora por ano pelos consumidores.
Mas o que muitas pessoas desconhecem é que existe um jeito correto de se desfazer dos medicamentos sem jogá-los no lixo.
Um dos principais objetivos do descarte correto de medicamentos é evitar danos à saúde e ao meio ambiente, seja na ingestão inadequada causando efeitos colaterais ou na contaminação do solo e lençóis freáticos.

Na cidade de São Paulo, por exemplo, é possível levar os medicamentos já vencidos em algumas drogarias, farmácias, supermercados e Unidades Básicas de Saúde, esses estabelecimentos estão aptos para recolher e fazer a destinação correta.
De acordo com o Coordenador da Comissão Assessora de Resíduos e Gestão Ambiental do Conselho Regional de Farmácia de SP Dr. Raphael Correa de Figueiredo, a população desconhece essa necessidade do descarte adequado e muitos também não sabem onde estão situados os postos de coleta.

Desfazer dos medicamentos no lixo comum de casa não é aconselhável, mas o que seria o descarte correto dos medicamentos?
Segundo Dr. Raphael “Quando se fala de Logística Reversa, o assunto refere-se aos resíduos gerados pela população em suas residências. Este medicamento já é coletado por alguns estabelecimentos (farmácias, e drogarias) que praticam este ato como forma de auxiliar o descarte correto destes medicamentos”.
Todo o processo que vai da casa do consumidor até a destruição dos remédios é regulamentado por lei, no caso do Brasil, por exemplo, existe a RDC 306/2004 da ANVISA / MS e o CONAMA 358/2005 do MMA que classificam os resíduos gerados em estabelecimentos de saúde e através desta classificação mostra o correto acondicionamento e como deve ser destinado. Comenta Figueiredo.

Nem todas as drogarias estão aptas a receber os medicamentos, isso porque há um custo para a coleta e a destinação, Segundo informações de Figueiredo o possível benefício que poderia ter nessa ação seria o marketing que pode ser trabalhado pelo estabelecimento como forma de autopromoção.
Faltam informações e incentivos para que a coleta e o descarte de medicamentos sejam feitos de forma eficaz.
Uma dúvida relacionada a este tema é para onde vão os medicamentos depois de recolhidos pelas farmácias, de quem passa a ser a responsabilidade?

Figueiredo explica que “Os resíduos entregues pela população são posteriormente recolhidos pelas concessionárias que prestam o serviço de coleta e são levados para o tratamento adequado em veículos preparados para esse fim.   Os  medicamentos  são  incinerados  em empresas que fazem isso conservando o meio ambiente.  Existem legislações que determinam a melhor tecnologia para o descarte, porém quando a intenção é a inativação total de produtos químicos a melhor tecnologia é a incineração com tempo, temperatura e emissão de gases controlados”.
Depois de feito esse processo de incineração é possível eliminar todos os riscos tornando o medicamento um produto inerte ou simplesmente cinza (carvão que nada mais é do que carbono, produto biodegradável). Comenta Figueiredo.


Outra opção para evitar o descarte de medicamentos é a venda de 
remédios fracionados, onde o paciente compra somente a quantidade 
que deve consumir durante o tratamento, com isso não há sobras e isenta a necessidade do descarte, já que todo medicamento comprado será consumido.
O local onde vai ser entregue os medicamentos, pode ser na drogaria perto de casa ou mesmo na UBS próxima ao trabalho, o importante é que haja uma conscientização do poder público realizando campanhas de incentivo e a população que faça a destinação correta dos remédios já vencidos.


(Fonte: Da redação Portal Produtos Perigosos – 27/05/2013)